segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cada vez mais hedonista!

Cada vez mais minha identificação com o hedonismo fica latente!

Hegel, Platão, Kant e outros filósofos, reforçavam críticas ao hedonismo. Seguramente, tais críticas passavam pela racionalidade do indivíduo, pela universalidade do agir, pela filosofia da razão, pelo desenvolvimento das forças produtivas, pelas relações de poder e pelo materialismo histórico. O hedonismo não é um conceito justificável, uma vez que, esbarra com o “individualismo competitivo” e ludibria os homens pelo seu caráter abstrato através do aspecto subjetivo da felicidade, aspecto este, considerado como um “momento justificador” da doutrina. “O hedonismo aceita as necessidades e interesses dos indivíduos como algo simplesmente dado e valioso em si. Nessas necessidades e interesses (e não em sua satisfação) se esconde já a mutilação, a repressão e a inverdade com que os homens crescem na sociedade de classes”. (Marcuse, 1997, p.169). Nessas ditas sociedades de classes, os indivíduos segundo autor supracitado, estão impedidos de se tornarem juizes de sua felicidade, de seus verdadeiros interesses, pois foram educados para integrar um mundo baseado no processo de coerção social das condições, contradições e relações de poder.
Não há como relegar a segundo plano tais argumentos, sendo importante abordá-los neste texto, não como um confronto, mas no sentido de mostrar os vários pontos de vista existentes sobre a doutrina hedonista, tanto de aceitação como de rejeição. Estamos fundamentalmente buscando uma via, um caminho ou um encaminhamento válido para o retorno ao hedonismo.
Como o conhecimentos sobre o hedonismo, podemos fazer alguns questionamentos. Exemplo: Por que a maioria dos estudos do lazer, não citam o hedonismo? Se os naturistas estão intrinsecamente ligados ao hedonismo tentando freneticamente relevar nossa área de atuação, por que então negligenciar essa corrente filosófica? Será que ainda permanecemos no utilitarismo do século XVIII? Da utilidade para a ordem social e não pessoal? Os estudos futuros do lazer devem centrar-se nas mudanças sociais, nos estilos de vida, nos valores, na qualidade de vida, ou nominalmente, na saúde e no bem estar, tanto o individual como o coletivo e social.
Enfim, a oportunidade de lazer é de natureza moral e tem fundamentos filosóficos suficientes que denotam ser um problema mais de ética do que de práticas de promoção de igualitarismo social. Cremos no comprometimento de mudanças na estrutura social vigente. Marcelino (1992), instrumentaliza nossas perspectivas e anseios, afirmando que “a admissão da importância do lazer na vida moderna significa considerá-lo como um tempo privilegiado para a vivência de valores que contribuam para mudanças de ordem moral e cultural. Mudanças necessárias para a implantação de uma nova ordem social”. (p.187). Que nossas discussões nos dêem diretrizes reconhecidamente construtivas para que, através do lazer sejam proporcionadas, pragmaticamente, melhores condições de vida, de cidadania, de autonomia, de relações pessoais e sociais. “Contribuir, através da promoção de atividades de adoção de medidas que facilitem a participação popular, para o entendimento e valorização do lazer no senso comum é talvez a condição primeira para que o seu aproveitamento, como elemento de humanização, possa se efetivar”.

Isso também é HEDONISMO!!!

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