domingo, 21 de setembro de 2008

À vida não é uma droga!


Temos o hábito de reclamar de tudo aquilo que se apresenta com alguma dificuldade à nós. Digo isso, em razão de que estava indo à Baia do Dande, uma praia com navios velhos e abandonados. Um verdadeiro cemitério de navios, quando me deparei com a cena da foto. Como sempre faço, comecei a meditar sobre a compensação que a vida nos oferece. Daí vieram as perguntas: porquê não temos muitas das vezes, forças para lutar contra os percalços que ela nos fornece. Porquê tendemos a lamentar e além de nos entregarmos, culparmos o destino por essas dificuldades e não ter forças para reagir e lutar contra.
Ví nessa cena, meu irmão, um privilegiado pelo presente que Deus lhe deu, o dom da musicalidade se deteriorando em decorrência da bebida, da mentira e da falta de respeito por ele mesmo. Não está como o senhor da foto, porque ele tem uma mãe lutadora, que durante sua vida foi uma constante a vivência com o alcoolismo do marido e agora do filho caçula. Sei que muita gente, como a ciência, diz que é um doença. Acredito que é uma doença sim, mas alimentada pela incapacidade do indivíduo de reagir, lutar e querer se recuperar.
Falta força de vontade, decisão, personalidade e respeito por sí próprio, principalmente quando alega a falta de apoio da sua companheira, a traição e a falta da família e com isso justificar seu vício.
A vida não é um lixo, mas podemos trasforma-la num lixo quando queremos e até mesmo ser a lixeira dela.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Prisioneiro livre...


“Auto-estima é a capacidade de sentir prazer em sua própria companhia”.
Prisioneiro, é como me sinto em muitas das ocasiões, como domingos, feriados e alguns dias da semana quando o chefe está de mau humor.
Prisioneiro pela minha opção em decorrencia das obrigações e deveres que me fazem viver aqui e que não me deixam simplesmente viver a vida tal como ela deva ser vivida. Viver a Vida é utópico e ao mesmo tempo antológico, mas o desejo dessa esperança possibilita a vivência do sonho, o sonho de algum dia atingir uma vida melhor... E esse Sonho é quase tudo!
Aqui não é a penitenciária do Cepaigo, nem Guantánamo nem menos Carandirú que foi a pique. Mas acredito que nos sentimos, como se lá estivéssemos, independentemente de quem sejam os nossos colegas de celas imaginárias.
Às vezes não seria legal deixar que nossos entes queridos saibam o que é prisioneiro livre, em outras vezes, penso que deveriam saber sim, para poder dar valor a cada centavo que conquistamos aqui, a cada gota de suor misturado às vezes com lágrimas de saudades.
Aqui é onde o filho chora e a mãe não vê. De vez em quando me pergunto se não estamos nos vendendo por um valor baixo, valor que digo não é financeiro, mas emocional. Se compensa chegar mais ou menos a um passo da eternidade subterrânea e se sentir um prisioneiro das necessidades básicas da vida de um trabalhador em fim de carreira.
Nossa, estou muito melancólico...
Também, meus vizinhos brasileiros ficam ouvindo música sertaneja e chorando de saudades do Brasil.

domingo, 7 de setembro de 2008

Minha vida em Angola!

Tudo mundo que está no Brasil, fica pensando que a vida da gente é fácil em outro país. Que já vim com emprego garantido, ganhando em dólares, com mordomias, como carro, moradia de um hotel 3 estrelas, café da manhã, almoço e jantar e no final do mês o salário pago certinho e morando numa vila reservada com piscina e segurança 24 horas. Mas nossa vida não se resume somente nisso. O mais importante pra nós que chegamos na idade de curtir os filhos, os netos que ainda não vieram, não temos, que é o convívio diário com nossa família que criamos com muito custo, com nossos irmãos, mãe, sogra (por incrível que pareça, faz falta).
Temos dias de depressão, solidão, alegrias que são poucas. Alguns na solidão de seus quartos, choram com saudade, choram disfarçadamente quando contam sobre seus filhos e sua mulher.
Mas como diz o nome do meu blog: That´s life, ou seja, É a vida!
(Foto: Jodenon)