Os níveis de andrógenos podem influenciar no desejo e na
fantasia sexual durante o desenvolvimento e a vida adulta.
Estudos demonstram que a
testosterona é um forte preditor da função sexual e exerce uma significativa
influência na libido. Em homens com deficiências de testosterona
demonstradas laboratorialmente, a
reposição da mesma tem aumentado a ousadia, o interesse e a melhoria do
comportamento e do desempenho sexual. A correlação entre os níveis de
testosterona e o comportamento agressivo ou excesso de tranqüilidade permanecem
controvertidos com as informações atuais da literatura.
Os pacientes com distúrbios
psiquiátricos quando apresentam uma deficiência de andrógenos e os mesmos são
administrados (reposição), há uma correlação de melhoria da disposição,
performance energética, melhoria da memória, da auto-imagem corporal e do bem
estar social.
Desempenho sexual e função erétil – Vários pontos ainda são
controversos e pouco entendidos em todo o universo da ação hormonal e o
desempenho erétil. Homens castrados ou hipogonádicos apresentam ciclo sexual caracterizado por grandes períodos
refratários, desinteresse, queda da libido e impossibilidade de apresentar uma
tumescência peniana normal.
Vários
estudos demonstram que os andrógenos não são absolutamente essenciais para
a demonstração e o desempenho da função
erétil. Isto está evidenciado em homens com baixos níveis de testosterona e um
bom desempenho da função peniana erétil. Entretanto, homens com baixos níveis
demonstráveis de testosterona plasmática podem melhorar a função e o desempenho
sexual quando são tratados adequadamente através da terapia de reposição
hormonal.
A maioria
dos homens normais apresentam TPN (tumenscência peniana noturna) que são
representadas por três a cinco ereções
no período noturno com duração de 25 a 35 minutos cada uma. Estudos monitorados da TPN têm evidenciado uma
melhoria significante da função erétil durante as terapias com a reposição
hormonal. A disfunção erétil pode ser de origem psicogênica ou orgânica
(vascular, neurológica, hormonal), precisa ser corretamente investigada e
tratada.
Estudos e
investigações recentes têm demonstrado que a TPN e a estimulação visual
erótica, sugerem que são testosterona dependente com a habilidade de iniciar,
apresentar rigidez otimizada e maior duração da ereções.
Até a
presente data, uma análise crítica da literatura tem sido falha em estabelecer
uma clara associação entre os níveis de disfunções eréteis e os níveis
plasmáticos dos hormônios (testosterona, dihydrotestosterona e outros
andrógenos), embora os homens hipogonádicos, utilizando terapias de reposições
hormonais, na grande maioria das análises apresentem uma significante melhoria de suas disfunções
eréteis e desempenho sexual.
Reprodução – Os andrógenos estimulam a diferenciação pré natal e o
desenvolvimento puberal dos testículos, epidídimo, pênis, vesícula seminal e
próstata.
A testosterona é um fator
regulador do crescimento e desenvolvimento das células testiculares,
interferindo no fluxo sanguíneo e na produção do fluido seminal. A
espermatogênese (produção de espermatozóides), é dependente dos níveis
testiculares de testosterona. Entretanto, a terapia com altas doses de testosterona
pode inibir os fatores de liberações da gonodotrofina endógena e causar
oligospermia (diminuição do número de espermatozóides) e ou azoospermia
(ausência de espermatozóides).
Outras ações corporais e efeitos fisiológicos dos hormônios masculinos
– Os andrógenos são importantes na regulação da fisiologia e na composição
do organismo, influenciando e interagindo com a produção da massa óssea,
evitando a osteoporose, fraturas patológicas e deformidades no desenvolvimento.
A reposição
hormonal estimula a produção de hemáceas (glóbulos vermelhos do sangue) e a
agregação plaquetária, facilitando a formação de coágulos. Os andrógenos de uma
maneira geral exercem sua ação no perfil lipídico das pessoas. Assim, após a
puberdade eles provocam o decréscimo do colesterol HDL e aumento no colesterol
LDL e triglicérides. Alguns investigadores têm referido que a supressão
androgênica (de testosterona) aumenta a concentração de HDL, melhorando o
perfil lipídico.
Preparações hormonais e reposições - A testosterona é bem absorvida após a sua administração oral,
porém é rapidamente metabolizada (degradada) em sua passagem pelo fígado. Os
esteres de testosterona são
incorporados sob a forma de depósitos oleosos com prolongada duração de suas
ações. Os tratamentos com os esteres de testosterona devem ser monitorados
clinicamente com observância das respostas clínicas e análises dos níveis
plasmáticos. Após injeções das referidas substâncias, os níveis sobem rapidamente por cerca de 24 horas, em seguida
declinam gradualmente nas próximas semanas. As injeções intramusculares
apresentam uma longa média vida, com manutenção da concentração dos níveis de
disponibilidade e ação farmacocinét 3 meses.
A reposição abusiva, sem
controles e prolongada por via oral pode também provocar danos hepáticos (colestases, hepatites tóxicas e
tumores malignos e benignos do fígado).
Além das reposições citadas
temos também disponíveis os dispositivos cutâneos, também chamados de patches, que podem ser usados nas superfícies
cutâneas e os sistemas de liberação transdérmicos, utilizados na região da pele
escrotal, com poucos efeitos colaterais, restauração dos níveis plasmáticos,
ação farmacocinética e seus efeitos biológicos quatro horas após a sua
aplicação. Uma outra maneira e ainda em fase experimental é a utilização de
injeções intramusculares de micro esferas de testosterona que realizam uma
liberação lente e gradual do produto.
A utilização da via sublingual
e outras formas de testosterona permanecem ainda em fase de pesquisa e análise
da efetividade da molécula, as vias de absorção e a vida média de
biodisponibilidade do produto.
Todo paciente com suspeitas de
alterações hormonais e interessados em administração de reposições deverá ser
rigorosamente investigados por clínicos, endocrinologistas e urologistas. Não
devem fazê-lo de maneira espontânea pelos balcões das farmácias,
pois isto representa grande risco à saúde e o agravamento de patologias
importantes. Os andrógenos ideais para realizarmos uma terapia de reposição
devem obedecer as liberações fisiológicas do organismo, reproduzir os perfis
farmacocinéticos, reverter os sinais e sintomas apresentados por sua
deficiência, serem monitorizados de rotina através de exames laboratoriais,
evitar o uso abusivo potencial (principalmente em fisicultores corporais, para
o ganho de massa muscular e a utilização anabolizante na prática esportiva).
Precisam ser facilmente biodisponíveis, com indicações médicas precisas e
respeitando o receituário médico orientado.
A reposição hormonal ideal deve
obedecer a uma série de ítens já colocados, que precisam ser analisados, desde
a sua fisiologia normal até a real necessidade de reposição.
Pacientes com perda da libido,
persistente disfunção erétil, queda no desempenho físico e intelectual deverão
se submeter a uma completa análise urológica, pois apenas 1 a 2% da disfunção
erétil é atribuída a problemas hormonais. Os homens que apresentarem sinais e
sintomas clínicos deverão se submeter a exames e confirmarem a real necessidade da terapia de reposição.
Os mesmos apresentam melhoras no aspecto energético, na libido e no desempenho
após dias ou semanas do início da terapia.
Os pacientes devem ser
monitorizados várias vezes durante o ano, preferencialmente a cada quatro meses
e serem alertados quanto a possibilidades de retenção de líquidos, hipertensão
arterial, ginecomastia (aumento da glândula mamária) e crescimento da próstata.
Durante a reposição hormonal/terapia androgênica, deverão ser realizados
rotineiramente exames de sangue, dosagem do PSA livre e total, perfil lipídico,
perfil hormonal, toque retal para análise do tamanho, limites, consistência,
sensibilidade e presença ou não de nódulos anormais na próstata que
eventualmente precisarão ser biopsiados. Pacientes com antecedentes familiares
de câncer de mama e próstata deverão ser seguidos e monitorizados
rigorosamente.
A
mensagem central é que a reposição hormonal está corretamente indicada para
homens com hipogonadismo (baixa função hormonal testicular) ou com evidências
clínicas e laboratoriais de alterações hormonais. Qualquer outra possibilidade
deverá ser identificada, analisada e discutida. Os pacientes com real
necessidade de reposição devem ser amplamente esclarecidos sobre os riscos e
benefícios da terapia, para uma melhor qualidade de vida.