segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Americanas protestam por Direitos do Top Less


Interessante como falamos em igualdade, ciência, ética e tantas outras coisas e ainda nos sentimos intimidados quando olhamos uma mulher com os seios à mostra. O estranho é que a grande diferença entre os peitos femininos e o masculino está no volume, e essa diferença é a que mais se exibe em uma praia. Em alguns locais as mulheres exibem com orgulho o volume de seus seios, mas escondem a aréola do mesmo. Triste das pessoas que percebem tantas coisas erradas em um corpo, mas que nada mais sentem, diante de grandes injustiças e violência. Viver e deixar os outros viverem, seria um ótimo começo.
É lamentável que haja quem fale em "extremismo", "feminismo radical". Existem deveres dos quais as mulheres "se livram" e com isso ofendem o homem! Poderíamos mesmo chamar de homem?
A mulher já foi submetida à dogmas religiosos absurdos, já foi proibida de votar, de se alfabetizar, de trabalhar, de escolher com quem quer fazer sexo e como se vestir e etc... Ser capaz de amamentar não é motivo para proibir topless, pois, a amamentação pode-se dizer que é um dom Divino. E essas leis absurdas, não há nada, além de preconceito gerado pelo opressor moralismo religioso, que justifique dizer que expor mama (feminina) na praia ou em qualquer lugar, seja uma ofensa moral!
Ofensa de quem?
Do patriarcado que se utiliza de religião para manter a mulher " no lugar que ele acha que deve ser? Hipócrita, o discurso de pseudo respeito pela "figura que gera vida"!
Até os anos 70 no Brasil, existia a prerrogativa do marido traído matar a esposa em nome da honra. Ainda hoje no mundo, mulheres tem o clitóris extirpado por fundamentalistas religiosos. Acho que o ser humano deveria ser mais sério e educar seus filhos para se ofenderem o que é de fato ofensivo.

sábado, 20 de agosto de 2011

Nudez e Sexualidade no Universo Naturista.

Publicado no jornal Diário da Manhã em 14/04/2009

Agradecemos o Jornal “Diário da Manhã” pela cessão do valioso espaço aos Naturistas com o objetivo de esclarecer a população sobre um estilo de vida que tem encontrado cada vez mais adeptos no Brasil. O “Diário da Manhã” cumpre importante papel como veículo de informação e debate sobre esse tema considerado, ainda por muitos, tão polêmico.

Agradecemos e na medida do possível procuraremos responder aos inúmeros questionamentos que nos chegaram via sítio eletrônico desde o primeiro artigo publicado. A rigor queremos esclarecer todas as perguntas abordando os pontos mais intrigantes.

A princípio gostaríamos refletir sobre o caráter da nudez em nossa sociedade. Um dia desses visitei um museu que reproduzia o ambiente de uma casa de sertanejos do começo do Século XX. No quarto de dormir do casal, chamava a atenção, entre as vestimentas da época guardadas no guarda roupas, uma camisola feminina. Tratava-se de uma peça de roupa única que cobria inteiramente o corpo da mulher e só permitia um orifício entre as pernas onde se consumava o ato sexual. É muito provável que o casal, mesmo nos momento mais íntimos, nunca se tenha olhado nu! Portanto, podemos afirmar que não é necessário que a pessoa esteja nua para que haja a pratica do ato sexual. Concluindo: nudez não é sinônima de sexo.

Então por que ligamos a nudez ao desejo sexual?

No mundo contemporâneo a resposta está ligada ao surgimento da sociedade capitalista baseada nas relações de consumo que exigem que a nudez seja enquadrada e transformada em material de venda para milhões de consumidores ávidos por satisfazerem suas necessidades, transformando o nu em um negócio rentável gerando milhões em grandes transações comerciais.

Uma enorme indústria se serve de padrões idílicos orquestrados pelo mercado para seduzir homens e mulheres pela nudez com estrito apelo sexual. Um exemplo disso é o mercado milionário de revistas “masculinas” e a indústria pornográfica por muitas vezes direcionando o desejo de consumo para uma meta inalcançável, ocasionando mais uma das várias frustrações e neuras doentias do mundo moderno.

Na prática o mercado consumidor promove a mistificação da nudez, inventando rótulos e padrões de beleza perfeitos e fictícios, hoje idealizados em parte com ajuda de recursos informatizados que divulgados pelos vários meios de comunicação, alimentam o mundo da moda, da sexualidade e a corrida aos consultórios de cirurgia plástica, sempre a procura de um ideal de beleza e sedução meramente fantasiosas.

Desde os tempos de nudismo de Adão e Eva no Paraíso, o pecado original surge da perda da inocência dos homens e mulheres até então imunes aos desejos materiais. “Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá” (Livro de Jó 1-21).

Nós Naturistas somos contra a instrumentalização da nudez pela sociedade de consumo. O Código de Ética Naturista, seguido pelas afiliadas a Federação Brasileira de Naturismo(FBrN), em seu primeiro artigo proíbe terminantemente o “ comportamento sexualmente ostensivo e/ou praticar atos de caráter sexual ou obscenos nas áreas públicas”. Não temos nenhuma relação com sexo e combatemos toda a forma de exploração do mesmo. Não enxergamos a nudez sobre o ponto de vista de normas estéticas, ou seja, não objetivamos traçar valores sobre corpos nus. Somos todos iguais na nudez, naturalmente imperfeitos, diferentes e por isso mesmo bonitos! Os valores sociais e matérias são deixados fora do espaço naturista e a partir daí a pessoa entra em um campo livre de imposições sociais que sufocam o ser humano. A prática do Naturismo proporciona saúde física e mental.

Assim como os militares usam sua farda, os Naturistas se servem da nudez como um “uniforme” que possibilita o mais profundo contato com a natureza e fortalece relações mais fraternas para com o próximo.

Laércio Júlio da Silva é Presidente da Associação Goiana de Naturismo, o Goiasnat e Diretor Administrativo Financeiro da FBrN.