sábado, 28 de maio de 2011

Os gays e a Bíblia


Muito bom este texto do Frei Betto.

É no mínimo surpreendente constatar as pressões sobre o Senado para evitar a lei que criminaliza a homofobia. Sofrem de amnésia os que insistem em segregar, discriminar, satanizar e condenar os casais homoafetivos.
No tempo de Jesus, os segregados eram os pagãos, os doentes, os que exerciam determinadas atividades profissionais, como açougueiros e fiscais de renda. Com todos esses Jesus teve uma atitude inclusiva. Mais tarde, vitimizaram indígenas, negros, hereges e judeus. Hoje, homossexuais, muçulmanos e migrantes pobres (incluídas as “pessoas diferenciadas”...).
Relações entre pessoas do mesmo sexo ainda são ilegais em mais de 80 nações. Em alguns países islâmicos elas são punidas com castigos físicos ou pena de morte (Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Nigéria etc).
No 60º aniversário da Decclaração Universal dos Direitos Humanos, em 2008, 27 países membros da União Europeia assinaram resolução à ONU pela “despenalização universal da homossexualidade”.
A Igreja Católica deu um pequeno passo adiante ao incluir no seu Catecismo a exigência de se evitar qualquer discriminação a homossexuais. No entanto, silenciam as autoridades eclesiásticas quando se trata de se pronunciar contra a homofobia. E, no entanto, se escutou sua discordância à decisão do STF ao aprovar o direito de união civil dos homoafetivos.
Ninguém escolhe ser homo ou heterossexual. A pessoa nasce assim. E, à luz do Evangelho, a Igreja não tem o direito de encarar ninguém como homo ou hétero, e sim como filho de Deus, chamado à comunhão com Ele e com o próximo, destinatário da graça divina.
São alarmantes os índices de agressões e assassinatos de homossexuais no Brasil. A urgência de uma lei contra a homofobia não se justifica apenas pela violência física sofrida por travestis, transexuais, lésbicas etc. Mais grave é a violência simbólica, que instaura procedimento social e fomenta a cultura da satanização.
A Igreja Católica já não condena homossexuais, mas impede que eles manifestem o seu amor por pessoas do mesmo sexo. Ora, todo amor não decorre de Deus? Não diz a Carta de João (I,7) que “quem ama conhece a Deus” (observe que João não diz que quem conhece a Deus ama...).
Por que fingir ignorar que o amor exige união e querer que essa união permaneça à margem da lei? No matrimônio são os noivos os verdadeiros ministros. E não o padre, como muitos imaginam. Pode a teologia negar a essencial sacramentalidade da união de duas pessoas que se amam, ainda que do mesmo sexo?
Ora, direis ouvir a Bíblia! Sim, no contexto patriarcal em que foi escrita seria estranho aprovar o homossexualismo. Mas muitas passagens o subtendem, como o amor entre Davi por Jônatas (I Samuel 18), o centurião romano interessado na cura de seu servo (Lucas 7) e os “eunucos de nascença” (Mateus 19). E a tomar a Bíblia literalmente, teríamos que passar ao fio da espada todos que professam crenças diferentes da nossa e odiar pai e mãe para verdadeiramente seguir a Jesus.
Há que passar da hermenêutica singularizadora para a hermenêutica pluralizadora. Ontem, a Igreja Católica acusava os judeus de assassinos de Jesus; condenava ao limbo crianças mortas sem batismo; considerava legítima a escravidão e censurava o empréstimo a juros. Por que excluir casais homoafetivos de direitos civis e religiosos?
Pecado é aceitar os mecanismos de exclusão e selecionar seres humanos por fatores biológicos, raciais, étnicos ou sexuais. Todos são filhos amados por Deus. Todos têm como vocação essencial amar e ser amados. A lei é feita para a pessoa, insiste Jesus, e não a pessoa para a lei.

Autor: Frei Betto

domingo, 22 de maio de 2011

Tomar sol nos seios fortalece a pele dos mamilos



A IMPORTÂNCIA DO NATURISMO SEGUNDO A CIÊNCIA.
Existem muitos mitos sobre a preparação dos seios para amamentar. Confira o que os especialistas recomendam
Muitas mulheres reclamam de dor no mamilo quando estão amamentando e buscam soluções para tal desconforto. Nessa hora, não faltam recomendações de amigos e parentes, como a velha dica de esfregar a região mamária com uma bucha vegetal. No entanto, não há comprovações científicas sobre os benefícios de práticas como essa. O único método eficaz na opinião de especialistas é fazer uso da luz solar. Tomar sol nas mamas durante a gravidez por 15 a 20 minutos diários fortalece a pele dos mamilos. É importante lembrar que o horário do banho de sol deve ser sempre antes das 10h ou depois das 18h, quando a intensidade dos raios solares está mais amena.
Segundo Edílson Ogeda, ginecologista e obstetra do Hospital Samaritano de São Paulo, as pseudossoluções para dores nos mamilos, muito incentivadas no passado, atualmente são consideradas ineficazes e até prejudiciais. “Normalmente, a mulher passa a bucha vegetal ou mesmo uma toalha nos seios para aumentar a espessura da pele dos mamilos e, assim, evitar rachaduras na ocasião do aleitamento”, diz. Ele explica que isso pode promover a escarificação (ou esfoliação) dos mamilos antes mesmo do final da gravidez, aumentando a chance de traumas mamilares e complicações mais graves, como a inflamação na região (mastite). Quem estiver com esse problema deve tomar medicamentos com a orientação de médico. A mastite, entretanto, não impede o aleitamento materno.
Não é preciso preparar os seios para amamentar
A mulher também pode usar cremes hidratantes nas mamas durante toda a gestação, principalmente porque elas crescerão na gravidez e mais ainda após o parto, no período do aleitamento. “O uso do hidratante é indicado para prevenir estrias, mas deve ser evitado nas auréolas e nos mamilos”, ressalta Ogeda. Isso porque o próprio corpo libera uma secreção que protege a área, e o uso do creme bloqueia essa produção. Tomar banho com água muito quente também tira a proteção gordurosa dos mamilos; o ideal é utilizar sempre água morna. Além disso, não é preciso higienizar os seios antes de amamentar. Colocar algumas gotas do próprio colostro – leite dos primeiros dias pós-parto – ou do leite materno nos mamilos é mais do que suficiente.
Casos de rachaduras nos mamilos durante a gravidez não são frequentes, mas, caso ocorram, não é recomendado passar vaselina no local. “O médico é quem avalia se a região deve ser tratada. Muitas vezes, é preciso somente observar a rachadura para um restabelecimento espontâneo”, afirma Ogeda. Para José Domingos Borges, ginecologista do Hospital Nove de Julho, o corpo deve ser mantido o mais natural possível: “Não há necessidade de preparar os seios para amamentar. A mama se desenvolve normalmente durante o crescimento do bebê na barriga da mulher”, diz.
Quando usar a concha de amamentação
Outra dúvida comum diz respeito às conchas de amamentação. Elas ajudam a estimular o bico do seio durante a gestação, entretanto são indicadas para quem tem mamilos invertidos, que são para dentro. A concha é colocada entre o sutiã e o seio e faz uma leve pressão para o bico sair. O corretor de mamilo também auxilia na exteriorização do bico e seu manuseio é simples. Ambos os produtos são eficazes para que o bebê não tenha dificuldade durante a amamentação.

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